sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

SONS E OUTROS BARATOS #2









De volta a Sessão Sons e Outros Baratos, dessa vez com o disco "Out of the Woods" do grupo Canadense Oregon, grupo formado nos anos 60 e que se mantém até os dias de hoje embora com algumas alterações em sua formação.


O Oregon resume em sua sonoridade o que se convencionou chamar de Wold Music, no caso da banda canadense , a fusão de sons orientais (tablas, citar ), instrumentos africanos (djembê, kalimba entre outros), instrumentos do jazz e experiências com orquestras e música clássica, com músicos fantástiscos em sua formação como Ralph Towner (violões, teclados,piano) Paul Mcandless (Oboé, English Horn, Clarinete) , Glen Moore (Baixo) e Collin Walcott (Tablas,Percussão em geral, Sitar) , o Oregon consegue uma síntese sonora muito peculiar com essa instrumentação pouco usual,basicamente acústica .

Não sei dizer se o disco "Out of the Woods" de 1978 é o meu preferido do grupo, talvez não , pois gosto de quase tudo desse grupo, só tendo algumas reticências aos trabalhos mais atuais onde Ralph Towner muitas vezes abre mão de seu precioso toque no violão para abusar dos teclados, porém nesse trabalho está a essência do Oregon com a musicalidade oriental sobressaindo e fluindo juntamente ao violão de Ralph . Essa fusão da música oriental com a ocidental é uma preciosidade muito praticada nos anos 60 , porém desde anos mais remotos John Coltrane já exercitava essa prática estudando com o indiano Ravi Shankar , bem antes do Beatle George Harrison que popularizou Shankar aqui pelo ocidente ,o grupo Oregon , me parece ,é fruto desses experimentos de Coltrane com a liberdade que Miles Davis apontou a partir da revolução do jazz fusion .

Nesse disco desfrutamos de paisagens sonoras muito raras , logo na abertura a leve percussão dá o tom para a grande viagem do contrabaixo e dos sopros com passagens oníricas do piano na faixa "Yellow Bell", a sonoridade nada peculiar do grupo continua nas faixas seguintes e encontramos logo em seguida dessa jornada musical faixas de 1min e 03 segundos de alta musicalidade que servem como vinheta para as faixas seguintes, na faixa "Reprise", o piano de Ralph Towner esbanja musicalidade para logo em seguida a faixa "Cane Fields" abrir soando tablas , contrabaixo acústico , sopros e violão numa musicalidade comovente .

A faixa seguinte "Dance to the Morning Star " uma empolgante Kalimba vai conduzindo o ouvinte numa viagem exótica até encontrar o violão e o baixo junto a uma percussão marcada para lembrarmos que estamos ouvindo um grupo ocidental sem igual, para em seguida nos remeter a próxima faixa "Visions of Dancer" com uma cítara duetando com um clarinete até a próxima "vinheta de 1:03" "Story Telling" com tablas breves que trazem um clássico do grupo a música "waterwheell" que acompanha o grupo em shows até hoje, uma espécie de cartão de visitas do grupo , presente em todas gravações ao vivo .


"Wichi -Tai- To" encerra o disco , deixando aquela reticência que a boa música deixa dentro do ouvinte , com tablas, cítaras, sopros e violões , um gosto de quero mais desse fantástico grupo.
O Oregon sempre me soou como um arejado sopro de vida nova na música instrumental do mundo.


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