quinta-feira, 25 de março de 2010

Satolep Pelotas-Pedro Osorio sim senhor!





Tenho recebido alguns mails , telefonemas e comentários aqui no blog a respeito do meu posicionamento em relação a algumas questões da cidade , em especial o não fazer do show de Katya Teixeira e Mônica Albuquerque entre outros assuntos de ordem cultural , faz-se necessário alguns esclarecimentos.


Penso que nossa cidade está sim agonizando culturalmente , pois os fatos que acontecem negativamente como o fechamento do Sete de Abril em função da gripe suina em 2009 e agora com as reformas em 2010 nada mais são que chagas de uma ferida maior que é a falta de planejamento cultural que a cidade sofre, o fundo de cultura que tanto foi debatido e tratado de forma arrogante pela prefeitura e feito às escuras na contramão do debate público é um exemplo desse destrato, infelizmente a cultura serve de bandeira para eleger os mesmos que depois a relegam a segundo ou terceiro plano, isso em qualquer partido ou ideologia.

Caso as pessoas que trabalham com arte em Pelotas pudessem contar com o mínimo de planejamento cultural as reformas do Sete de Abril teriam sido vistas com antecedência através de projetos que contemplassem essas reformas , porém fechar abruptamente revela que não existe planejamento pois era notório que o teatro carecia de reformas e se surpreendeu a população não surpreendeu a mim que trabalhei muito em 2009 por lá e via as dificuldades.

Em relação ao show de Katya e Mônica , elas estão vindo através do trabalho do Santana , figura lendária de Pedro Osório, um lavador de carros de um posto de gasolina na pacata cidade e que já viabilizou muitos acontecimentos históricos , Santana já foi citado em livros como a autobiografia do violonista Turibio Santos , diretor do Museu Villalobos, por mais chocante para uma aristocracia como a nossa , esse "marginal" a meu ver é figura histórica na história da cultura de nosso estado, pois estabeleceu entre outros feitos uma ponte entre a cultura dos violeiros e cantadores nordestinos com a gaúcha através de muitas cantorias por lá com Elomar , Xangai , Dercio Marques, Pereira da Viola, Dani Lasálvia entre outros , mobilizando a comunidade de sua cidade a participar das cantorias, infelizmente pra nós aqui meros mortais o custo de um show se torna alto e quando se trata de cantorias com artistas "desconhecidos " inviabiliza, no caso da Casa Joquim que iria nos ceder o espaço eles estão com um impedimento em relação ao plano diretor da cidade e não podem fazer shows que ultrapassem o horário de silêncio , entendemos perfeitamente, mesmo não concordando com essa medida da prefeitura, lá a gente não teria custo de sonorização,ecad etc....o que poderia viabilizar a cantoria.

Penso que precisamos de projetos de formação de platéia em nossa cidade que despertem as pessoas para outros interesses , fazendo a mea culpa digo que estou trabalhando em projetos nesse sentido , e minhas criticas a cidade vem de uma vivência na estrada em várias localidades onde se enxerga a vida cultural pulsando com mais naturalidade e menos entraves aristocráticos.
Vejam bem que não estou me referindo a shows com grande apelo de público e sim trabalhos digamos "alternativos" ou aqueles como Katya e Mônica que mostram um outro lado do nosso rico Brasil e que seria interessante mostrar por aqui.

Trabalhamos por dias melhores em nossa cidade , e fica o convite a irem confraternizar em Pedro Osorio dia 03/04 no Clube Piratini com as duas cantadoras que em post anterior eu dou um pequeno parecer.





2 comentários:

  1. Verdade que não há planejamento oficial nem vontade do prefeito para cultivar as criações, mas daí não se deduz uma "agonia cultural". Há um assassino mas não há um cadáver; matar não é o mesmo que morrer. Tanto é assim que com talento e boa vontade um guardador de carros em Pedro Osório vem cultivando boas ideias e iniciativas. Se fosse em Pelotas ele teria mais apoio; claro que também teria oposição, como ocorre hoje, mas a natureza de lutador seria mais forte e persistente que a dureza das muralhas. Da carência e frustração ele gera mais criação. Vamos continuar insistindo nas teclas certas, que as erradas não servem mais. Não pude ver a Katya Teixeira no Conservatório em 2008 mas fiquei com vontade.

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  2. Só uma resalva , o Santana não e "guardador de carros" mas um lavador dos mesmos por opção de vida .

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